TUPI 0 x 2 DUQUE DE CAXIAS: CARIJÓ ESTRÉIA MUITO MAL E DECEPCIONA A TORCIDA

Após longa espera pelo início da Série C, quem foi ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio se decepcionou com a fraquíssima atuação do Galo Carijó. O técnico Moacir Júnior, que teve um ótimo desempenho no Campeonato Mineiro, começou muito mal no Brasileiro, persistindo em alguns erros crassos, como insistir que Salino tem qualidade técnica para ser meia de criação. No plano tático, o Carijó veio postado num 4-2-3-1 com faceta de 4-2-2-2, afinal, como dito pelo próprio Moacir em entrevista à Rádio Globo ao final da partida, Fabinho era atacante e Henrique um meia-atacante aberto pela direita. Já o Duque de Caxias veio fechadinho num 5-3-2 com os laterais bem presos, praticamente como zagueiros. Esse foi o desenho tático do primeiro tempo:

Na citada entrevista de Moacir à Rádio Globo, o treinador disse ter entrado em campo com dois volantes e quatro homens de frente, sendo que estes tinham liberdade para atacar. Infelizmente, para tristeza do torcedor Carijó, o comandante do Tupi acredita que Léo Salino tem capacidade para ser o meia de criação do time, sendo que, no atual elenco, o correto era o jogador ser reserva do segundo volante. O Tupi teve uma posse de bola bastante superior no primeiro tempo, mas, na verdade, não passou de um falso domínio. O ferrolho carioca funcionou, conseguindo o Duque de Caxias anular as principais peças do time juiz-forano.

Com Salino inoperante na criação e sem função em campo, Henrique marcado por três na direita, e Fabinho isolado pela esquerda, abandonado pela falta de apoio de Michel, Ademilson ficou, em vão, correndo sem a bola e tentando buscar o jogo. Faltou velocidade e, ao menos, tentar trabalhar a bola no meio de campo. Podemos dizer que na primeira etapa tivemos duas equipes em campo que se abdicaram de atacar: uma por querer se retrancar e a outra por incapacidade.

Aliás, no primeiro tempo, os destaques foram o lateral Alex e o volante George, pela vontade e pelo apoio ao ataque. Rodrigo e Ademilson, como sempre, fizeram sua parte. O resto deixou a desejar, principalmente Salino, Henrique e Michel, que jogaram muito mal. A verdade é que tivemos muitos volantes e pouco futebol, sendo o zero a zero um retrato fiel da partida. O que Moacir acredita ser um 4-2-3-1/4-2-2-2 acabou sendo um 4-3-1-2 torto, com Henrique nulo pela direita. Ainda no primeiro tempo, faltando cinco minutos para o final, o técnico do Tupi inverteu Fabinho com Henrique. Porém, nada mudou.

Na segunda etapa, tanto Moacir quanto o treinador do Duque de Caxias fizeram modificações nos desenhos táticos de suas equipes. Percebendo a falta de criação no meio, Moacir colocou Michel Cury e tirou Léo Salino, para alívio dos torcedores que compareceram no Helenão. Além disso, adiantou George, praticamente como um meia esquerda, deixando Cury pela direita, postando o time praticamente num 4-3-3 A europeu, com dois meias de criação e três atacantes. Já o time carioca voltou postado num 4-2-3-1, novamente encaixando a marcação e dificultando as ações ofensivas do Tupi. Esse foi o desenho tático da segunda etapa:

Apesar das alterações e da tentativa de tornar a equipe de volantes mais ofensiva, totalmente mal escalada na primeira etapa, nada mudou no fraco volume de jogo ofensivo do Tupi. Além da entrada de Cury, Moacir, errando de novo, tirou Fabinho e colocou Allan pela direita, com Henrique pela esquerda e Ademilson no centro de ataque. Com a contusão de Alex, preocupação para o próximo jogo, outra substituição errada de Moacir. No lugar de Alex, o treinador colocou Magalhães, que foi jogar de ponta esquerda no ataque Carijó. Com isso, Henrique foi deslocado para a lateral direita, setor que ficou desprotegido pelas subidas sem volta do meio campista. É sabido que Henrique não sabe marcar, muito menos na parte final do jogo. E foi lá, pela direita da defesa do Tupi, que o Duque de Caxias criou as duas jogadas que resultaram em gol, entristecendo o apaixonado torcedor Carijó que incentivava o time nas arquibancadas.

Enfim, o Tupi jogou muito mal. Moacir também foi muito mal, tanto no aspecto tático quanto no aspecto estratégico, assim como na escalação, desperdiçando o primeiro tempo e se confundindo no segundo. Os jogadores também estavam mal, demostrando uma “vontade apática” e nenhuma inspiração, mesmo com a vibração da torcida, como descrito no hino do clube alvinegro. É torcer para que Moacir Júnior entenda que Salino é segundo volante, retirando o jogador do time e o colocando na reserva de George. É apenas o primeiro de dezoito jogos, mas o início não foi nada animador. Abraço!

Victor Lamha de Oliveira