RENATO CONGESTIONA O MEIO E VENCE O BAHIA COM AUTORIDADE EM SALVADOR

11/08/2013 22:05

 

Antes de iniciar a partida, o 3-6-1 escolhido por Renato Gaúcho para enfrentar o compacto Bahia foi questionado e colocado como defensivo pelo repórter do Sportv. Com o conhecido comportamento irônico, Renato não concordou que estava escalando uma retranca, o que realmente não aconteceu. Sofrendo com vários desfalques, o comandante do Grêmio congestionou o meio e fechou os lados, impedindo a transição veloz e o toque de bola qualificado do Bahia. Estrategicamente, acertou Renato Gaúcho.

 

Bahia no esperado 4-1-4-1 e o desfalcado Grêmio repaginado no 3-6-1: Renato fez o que pode com os jogadores que tinha à disposição. Para impossibilitar a transição veloz do time de Cristóvão, que gosta de tocar rápido e inverter a bola com constância, congestionou os setores com três zagueiros, dois alas que defendiam como laterais e mais um losango pelo meio, com Adriano responsável pelas coberturas. Elano tentou cair pela direita e trabalhar com Ramiro e Moisés, mas o Bahia também compactava bem na transição defensiva. O desafogo do time de Cristóvão era a jogada pela direita com o habilidoso Marquinhos Gabriel, que procurava com freqüência jogar mais próximo de Fernandão.

 

 

Mesmo retraído, o Grêmio jogava tranqüilo com a bola nos pés. O problema do tricolor gaúcho era a recomposição defensiva, que se mostrava lenta e pouco organizada. Tanto que aos 20’, apesar da postura mais incisiva do Bahia, a equipe gaúcha tinha 62% da posse contra apenas 38% dos donos da casa. Mas, mesmo com a lentidão na recomposição gremista, o Bahia tinha muita dificuldade para penetrar no congestionamento montado por Renato, só conseguindo chegar ao alçar a bola na área e nos chutes de longa distância.

No segundo tempo, o Grêmio voltou ainda mais retraído, proporcionando ao rival uma falsa dominação territorial para aplicar o contragolpe, única chance do tricolor gaúcho de conseguir algo melhor que o empate em Salvador. O Bahia voltou melhor e na base do abafa, tentando impor seu jogo ofensivo. Posicionado mais atrás, o Grêmio suportou a pressão e aos 23’ começou edificar sua vitória, fazendo o primeiro em contragolpe veloz e com a participação de Elano, posicionado como segundo atacante.

 

Painel tático da etapa final: esperando uma pressão ainda maior do adversário na busca pelo gol, Renato reorganizou o 3-6-1 para montar uma estratégia eficaz de contragolpe. Assim, prendeu mais os alas e montou uma linha de cinco na defesa, liberando mais os meio campistas e alocando Elano como um legítimo segundo atacante às costas dos volantes. Praticamente desenhado num 5-3-2, o Grêmio fez o primeiro gol pela direita com participação de Elano e finalização de Riveros. Fechando os flancos e tirando a sobra do Bahia na defesa, Renato conseguiu o gol que desmontou a estrutura do tricolor baiano, que não pode aproveitar seu 4-3-3 devido à expulsão do zagueiro Titi.

 

 

Na etapa complementar, o Bahia cometeu o erro de partir afoito para o ataque sem se preocupar com o contragolpe do rival. O Grêmio continuava bem com a bola no pé, tanto que a posse foi equilibrada apesar da postura muito mais ofensiva do Bahia. Com a entrada de Talisca aos 16’, Cristóvão montou um 4-3-3 que pouco tempo durou por causa da expulsão de Titi aos 28’. No Grêmio, após o primeiro gol, Elano deu lugar para Maxí Rodríguez, que acabou fazendo o segundo aos 32’.

Com o Bahia desesperado e contando com apenas dez jogadores, o Grêmio ainda fez o terceiro gol com Guilherme Biteco aos 44’. Renato Gaúcho acabou premiado pela estratégia acertada de respeitar a velocidade e compactação do adversário, montando o time de acordo com o que tinha de melhor. Muitas vezes a necessidade relativiza a questão da ofensividade, sendo mais importante tentar fazer a omelete sem ovos. E foi o congestionamento de Renato que rendeu os três pontos para o Grêmio. Abraço!

 

 

 

 Victor Lamha de Oliveira

 

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