PRÉVIA TÁTICA ILUSTRADA: AS CILADAS DO LOSANGO DE DORIVAL

28/09/2012 18:33

 

A primeira tentativa de Dorival Júnior na busca por um Flamengo competitivo e equilibrado foi a escalação de um 4-3-3 que tentava marcar como 4-1-4-1. Apesar de um início animador, durou pouco a utilização do esquema e a confiança extrema nos jogadores da base, exigência antiga da torcida. Sentindo a falta de volume de jogo ofensivo e consistência na marcação, Dorival foi se convencendo de que faltavam experiência e qualidade no meio, não sendo essa versão “moderna” e deturpada do 4-3-3 a melhor opção tática:

 

4-3-3 de Dorival que não vingou: faltaram qualidade e experiência no meio, o que provocava o isolamento de Love e a significativa dificuldade de fazer gols.

 

 

Entretanto, após as chegadas de Liedson e Cléber Santana, assim como a escalação de Léo Moura no meio de campo, conseguiu Dorival equilibrar os setores, vencer duas partidas consecutivas e sair de perto da zona de rebaixamento. E a receita tática do técnico rubro-negro não tem segredo: um legítimo 4-3-1-2 (ou 4-4-2 losango) com dinâmica de 4-2-2-2, algo recorrente no futebol brasileiro. Foi fundamental a chegada dos reforços experientes e qualificados e a entrada produtiva de Léo Moura na meiuca:

 

4-3-1-2 rubro-negro: marcação individual nos meias laterais do 4-2-3-1 e força ofensiva com dois atacantes e a chegada de Cléber Santana. Losango de Dorival, armado de acordo com o adversário, tem suas ciladas.

 

 

Além da segurança defensiva que o supracitado esquema proporciona, afinal são três volantes na marcação, o 4-3-1-2 se configura como excelente remédio tático contra equipes que jogam no 4-2-3-1. Assim como fez contra o Atlético-MG, a escalação de três volantes proporciona a marcação individual da linha de três meias do esquema da moda, isolando o atacante contra dois zagueiros.

Contra o Galo, Cáceres ficou mais preso à marcação, enquanto Léo Moura, deslocado pela esquerda por ser o lado forte do adversário, fazia a função de marcação e também chegava ao ataque como um legítimo meia direita, visto que Cléber Santana buscava a meia esquerda, justamente para abrir caminho para o lateral/meia do Flamengo. A experiência de Santana organizou o meio de campo, fortalecido por um Leonardo Moura que se reencontrou na faixa central do tablado. Ficou evidente que o jogador não tem mais condições físicas de ser produtivo na lateral.

Já o Flu de Abelão, como sabido, continua seguindo seu padrão tático de forma fiel: o típico 4-2-3-1 que marca com duas linhas e que, com a movimentação moderna de Jean, torna-se um vigoroso 4-1-4-1 que rouba os espaços de campo e dificulta as ações ofensivas do adversário. Da mesma forma que a entrada de Cléber Santana mudou a cara do meio de campo flamenguista, a entrada de Jean mudou completamente a dinâmica do meio de campo do Flu, melhor time do Campeonato Brasileiro:

 

4-2-3-1 híbrido do tricolor carioca: marcação em duas linhas e formação do 4-1-4-1 na transição ofensiva: Edinho mais preso e Jean se juntando a Deco na criação de jogadas.

 

 

Diante da realidade tática das duas equipes, creio que vamos ter um duelo do 4-2-3-1 tricolor contra o 4-3-1-2 rubro-negro. Dorival deve manter o esquema procurando não só padrão tático, mas também dificultar o Fluminense como fez contra o Atlético, marcando individualmente os meias e duplicando a marcação nos flancos. Já Abelão vem com seu costumeiro esquema, sendo este utilizado desde a temporada passada. Essa é prévia tática do clássico, tão importante na decisão do campeonato:

 

4-2-3-1 x 4-3-1-2: Flamengo deve primeiramente marcar o Fluminense, para depois sair para o jogo. Com Cléber Santana cuidando de Jean, o Fla monta em campo praticamente outra linha de marcação, tentando encurtar os espaços da linha de meio do tricolor que se forma com os avanços de Jean.

 

 

Outra coisa que acredito, sendo esse um palpite no escuro, é a inversão de Leonardo Moura para a direita. Contra o Atlético, como citado, o jogador foi colocado na esquerda para cuidar de Marcos Rocha e aproveitar os espaços deixados pelos seus avanços. Contra o Fluminense, e com a entrada de Luiz Antônio após suspensão de Cáceres, acredito que Léo irá para a direita, cuidar de Carlinhos e aproveitar os espaços de seus avanços.

Como dito no título do post, Abel deve ficar atento com esse losango de Dorival, cheio de ciladas e montado para ceifar a produtividade de equipes montadas no 4-2-3-1. Duas ciladas, provavelmente, serão a marcação de Cléber Santana em Jean e a marcação individual na linha de meias. Isso sem contar a duplicação da marcação nos flancos e os dois atacantes enfiados no mano a mano contra a zaga tricolor. Abre o olho Abelão!  O Fluminense vai ter que se movimentar muito para impor sua superioridade tática atual. Abraço!

 

 

 

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

 

Tópico: PRÉVIA TÁTICA ILUSTRADA: AS CILADAS DO LOSANGO DE DORIVAL

Léo Moura

Maurício | 29/09/2012

Fala Victor! Tudo bem?

Assunto hoje é o Lateral ou meia Léo Moura. Vc acha que agora ele virou um meia de verdade, ou voltara a lateral direita?

Se eu fosse o Dorival colocaria ele na lateral, ainda mais agora com a volta do Renato Abreu. Sei que o Ibson não está muito bem, mas eu armaria um meio de campo assim: Caceres, Renato Abreu, Cleber Santana e Ibson (ou Adrian). Esse meio em losango com o Santa ou Ibson na ponta do famoso losango!! E no Ataque Love e Liedson!

Uma pergunta se vc souber, quando o Adriano volta a jogar?

Abraço

Re:Léo Moura

Victor Lamha de Oliveira | 03/10/2012

Grande Maurício! Olha, eu acho que Leonardo Moura não tem mais capacidade física para fazer a lateral no mesmo nível que fazia antigamente. O próprio Dorival já percebeu isso e vem insistindo na adaptação do atleta na meia. Ainda mais depois do garoto Welington ter entrando muito bem na lateral direita, dando eficácia defensiva e ofensiva ao setor. Quanto ao Adriano, fica difícil fazer qualquer previsão. O "jogador" continua faltando reiteradamente aos treinamentos. Abraço!

Tática

Sapão | 29/09/2012

Pôe essas táticas dentro de uma caixa. Essa é a caixinha de surpresas que será aberta domingo no Flaflu. Ganhar do 1º e 2º não tem tática e sim raça rubro negra.

Aguardem!!!!!

Re:Tática

Victor Lamha de Oliveira | 03/10/2012

Grande Saporeti! Gostei da filosofada...foi profundo hein? Rs! As táticas ficaram um pouco de lado no sufoco que o Flamego deu no Fluminense na segunda etapa. Porém, o Flu tem demonstrado força e sorte de campeão! Abraço!

Bom raciocínio!

Luís Henrique | 29/09/2012

Sua análise me pareceu bastante técnica e especializada!
Porém, futebol não se resume só a isso. Existem energias envolvidas que não conseguimos explicar, mas podemos vez ou outra constatar. Tomara que eu esteja certo e que o pior (no momento o Fla) possa vencer e sair ainda mais da lama em que está enfiado. Vai Mengão! É raça! É coração!

Re:Bom raciocínio!

Victor Lamha de Oliveira | 02/10/2012

Grande Dr. Luís Henrique! Até que enfim entrou no meu site hein??? Infelizmente não deu para o seu Flamengo, que até tentou mas esbarrou na muralha chamada Diego Cavalieri. Um grande abraço!

Boa Análise

Rafael Santos | 29/09/2012

Excelente Vitão. das mudas que vi até agora, o time atual é que mais me agrada, apesar de não ser um time "de ponta" no momento, vai ser um bom jogo.

Re:Boa Análise

Victor Lamha de Oliveira | 02/10/2012

Grande Rafa! Como vai amigo? Dorival conseguiu dar um toque de competitividade para o Flamengo, mas ainda não conseguiu padronizar taticamente. O jogo foi bom e o Flu venceu no sufoco. Ficou muito triste? Rs! Abraço!

Bom Post!

Luis Fernando | 29/09/2012

Gostei! Acho que Dorival vai jogar com Léo Moura na direita, esse 4-3-1-2 vem dando muito certo.

Re:Bom Post!

Victor Lamha de Oliveira | 02/10/2012

Grande Luís Fernando! Eu também prediro o Léo pela direita. Contra o Galo que ele inverteu por causa do Marcos Rocha. Creio que foi somente nesse partida e Léo deve voltar a atuar pela direita! Abraço!

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