INGLATERRA 2 x 1 BRASIL: SCOLARI ESTREIA COM DERROTA

06/02/2013 20:41

 

Felipão voltou ao banco de reservas da Seleção Brasileira com derrota. Jogando em Londres e com o estádio lotado, a Inglaterra venceu com gols de Rooney (25’ primeiro tempo) e Lampard (14’ segundo tempo). Fred fez o gol brasileiro no início da etapa final (2’), quase fazendo o de empate um minuto depois, mas a bola bateu na trave. Passado pouco tempo, após falha grotesca de Arouca, os ingleses aproveitaram e fizeram o segundo gol em bela batida de Lampard.

No plano tático, Felipão, como anunciado, trouxe o Brasil a campo postado no 4-2-3-1. Já o treinador inglês Roy Hodgson trouxe a seleção britânica escalada num oportuno 4-1-4-1 que propiciou a Gerrard jogar solto, arquitetando com belos passes o jogo incisivo dos ingleses pelas laterais. Além de padrão tático e mais coletividade, individualmente também foi melhor o time inglês. Oscar, que nem brilhou tanto, foi o melhor do Brasil na primeira etapa.

 

Brasil no 4-2-3-1 e Inglaterra no 4-1-4-1: Com pouca movimentação de R10 e Luís Fabiano e Neymar bem marcado pela esquerda, saiu dos pés de Oscar as poucas chances do Brasil. A marcação da Seleção na primeira etapa estava frouxa, cedendo muito espaço ao time inglês. Com Neymar não recompondo nada, Ramires foi obrigado a cobrir o setor, o que centralizou Paulinho e obrigou Oscar, por vezes, fazer praticamente um terceiro volante. A Inglaterra dominava pelo centro com Gerrard livre para pensar o jogo e voava pelas laterais aproveitando os espaços. A diferença de padrão tático era gritante, além da diferença de ritmo de jogo.

 

Falando um pouco do aspecto individual, acho que Júlio César, Daniel Alves, Oscar e Fred foram os destaques positivos. A defesa até que jogou com garra, mas faltou entrosamento e mais ajuda dos meias na marcação. Sobre as decepções, creio que as maiores foram Ronaldinho Gaúcho e Neymar, tendo o último uma atuação apagada e decepcionante. Cada um perdeu um gol feito, sendo que R10 perdeu um pênalti e Neymar perdeu um gol embaixo da trave após cruzamento de Oscar. Paulinho e Ramires também foram mal, assim como Arouca e Lucas que entraram e nada produziram.

Taticamente, chamou atenção a padronização tática do time de Hodgson, que jogou praticamente igual durante toda a partida. O adiantamento da linha de meio empurrava o time brasileiro para o campo de defesa, tirando os volantes do Brasil do combate e abrindo espaço para Gerrard liderar o meio. Com a recomposição mal feita pelas laterais, também sobrava espaço pelos lados, o que facilitava ainda mais o jogo inglês.

 

Rooney na frente e a linha de quatro formada no meio vindo pressionar a saída da bola. Percebam o espaço à frente da zaga brasileira, o que foi até pouco explorado pelo time inglês.

 

34’ do primeiro tempo e outro flagrante do 4-1-4-1 britânico. Novamente é nítido o espaço entre os zagueiros e os volantes do Brasil e a má distribuição brasileira em campo. Era só o Brasil tentar sair com a bola que a linha de meio inglesa se adiantava para encurtar os espaços.

 

Brasil na transição defensiva: Ronaldinho alinhado a Luís Fabiano como atacante e Gerrard sem marcação alguma pelo centro. Totalmente desestruturado em campo, o Brasil não conseguiu em nenhum momento da partida encaixar a marcação. Hodgson foi sagaz ao colocar Rooney entre os zagueiros e uma linha de meio para empurrar os volantes para trás. Sobrou espaço para os jogadores de meio da Inglaterra jogarem.

 

Brasil do segundo tempo: Fred entrou bem, fez o gol e por pouco não virou o jogo no início da segunda etapa. Taticamente, a mesma equipe com mais jovialidade e movimentação mais equânime, o que não adiantou nada frente a dinâmica veloz e reiterada da seleção inglesa.

 

 

Confesso que esperava mais do Brasil na partida, afinal essa base, tirando a defesa, vinha jogando junta na era Mano Menezes. Entretanto, inicia-se um novo trabalho e Felipão usou o segundo tempo como teste, o que dificulta uma análise mais prolongada. Acho que ficaram algumas lições dessa volta de Parreira e Felipão para o banco brasileiro: se Neymar jogar tão livre, o esquema tem que ser o 4-3-1-2 santista, Ronaldinho Gaúcho e Luís Fabiano não podem ser titulares na próxima partida e esse esquema de marcação pelo meio deve ser totalmente repensado. E isso é só o início. Abraço!

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira