GALATASARAY 1 x 6 REAL MADRID: ANCELOTTI E A MOLDURA TÁTICA MUTANTE DO REAL

17/09/2013 19:28

 

Carlo Ancelotti não gostou do que viu contra o Villarreal pelo campeonato espanhol. Percebendo a fragilidade do setor defensivo do time, que na partida não conseguiu filtrar o ataque do adversário, sacou Bale da equipe e preferiu a maior dedicação à marcação de Di María pelo flanco. Taticamente, como esperado, o time turco entrou postado no 4-4-2 losango. Já o Real Madrid de Ancelotti veio desenhado, inicialmente, no 4-2-3-1. Posteriormente, o time foi modificado para adequar-se ao desenho do adversário:

 

Nos 20’ iniciais, o Real Madrid entrou desenhado num 4-2-1-3 cauteloso, com Di María auxiliando os volantes na marcação e Ronaldo mais agudo, como nos tempos de Mourinho. Isco também ajudava na recomposição, mas o Galatasaray tinha superioridade numérica no meio, o que causou problemas para a defesa do Real. Percebendo isso, assim como a pouca participação dos volantes abertos do adversário na transição ofensiva (somente Felipe Melo auxiliava no ataque, tanto que teve três chances claras de abrir o placar), Ancelotti readequou sua equipe numa espécie de 4-4-2, como demonstrado abaixo. A remodelagem tática começou a dar novos contornos para a partida.

 

 

Na segunda metade da etapa inicial, Ancelotti ajustou o posicionamento, equilibrou o número de homens pelo meio e soltou Ronaldo como atacante junto com Benzema. O Real passou a jogar no 4-4-2 com Isco compondo o flanco esquerdo na transição defensiva e centralizando para juntar-se aos atacantes na transição ofensiva. Cristiano Ronaldo intensificou a movimentação e passou a circular livre como segundo atacante, o que complicou, ainda mais, o fraco setor defensivo do time turco.

 

 

Empurrado pela torcida, o Galatasaray iniciou tentando encurtar ao máximo o espaço, assim como tomar a bola do Real no campo de ataque. Quando o Madrid saía pelos lados, o primeiro bote era dado por Drogba e Yilmaz. Mas, quando o time espanhol iniciava a jogada pelo centro, Sneijder subia para auxiliar Yilmaz no primeiro bote, propiciando a Drogba posicionar-se como centroavante e aguardar a bola entre os zagueiros. Até os 15’, o time turco atrapalhou bastante a saída de bola dos merengues.

O Galatasaray marcava bem a saída de bola adiantando as linhas, porém marcava muito mal no campo de defesa. Toda vez que circulava pela área, o Real encontrava espaço e levava perigo, apesar das poucas investidas do time de Ancelotti na primeira etapa. Aos 33’, após várias chances perdidas pelo time da casa, Di María lançou para Isco na área. O espanhol dominou com categoria, limpou a jogada e fez o primeiro do Real na partida. Depois da adequação tática promovida por Ancelotti, o Real Madrid cresceu na partida.

E esse crescimento se deve a uma série de fatores. Após desmontar o 4-2-3-1 e desenhar um 4-4-2, o técnico italiano equilibrou o meio e melhorou a composição de espaços, o que prendeu Felipe Melo e conseguiu acabar com a única jogada do adversário, que era despejar o jogo em Drogba. Outro fator importante foi Cristiano Ronaldo alocado às costas dos volantes como um segundo atacante, o que destroçou o sistema defensivo montado por Fatih Terim. Na parte final do primeiro tempo, só deu Real.

No segundo tempo, uma partida totalmente diferente e outras duas remodelagens táticas realizadas por Ancelotti. Sabendo que o adversário começaria a etapa complementar buscando o gol, o italiano fechou a equipe em duas linhas e novamente soltou Ronaldo como atacante ao lado de Benzema. O Galatasaray também perdeu muito com a saída de Drogba no intervalo, vitimado pela violência reiterada de Pepe. “Chamando” o time turco, Ancelotti conseguiu dilatar o placar. Depois, mudou de novo a estratégia da equipe:

 

O Real, nos 15’ iniciais, jogou desenhado no 4-4-2 britânico, com Isco e Di María explorando o flanco e as diagonais, enquanto Ronaldo e Benzema atuavam em cima dos zagueiros. O italiano, sabendo que o adversário buscaria o empate, “cedeu” campo e propiciou ao seu time o espaço que necessitava para ser letal. Com essa formação, o Madrid fez mais dois gols e colocou uma vantagem de três tentos no placar. Benzema marcou aos 9’ e Cristiano Ronaldo marcou aos 17’.

 

 

Aos 15’, Terim colocou Bruma no lugar de Baytar e postou o Galatasaray no 4-2-3-1. Em resposta ao turco, Ancelotti fez mais uma mudança tática na partida, tirando Isco e Modric. Em suas vagas, entraram Bale e Illarramendi. Assim, o italiano encaixou a marcação no 4-2-3-1 do adversário postando o Real num 4-3-3 que marcava com Di María (melhor em campo) e Bale pelos flancos. Na transição ofensiva, o time espanhol atacava com três homens, além do argentino que percorria todo o campo. Com essa formação o Real fez mais três gols, sendo um de Benzema e dois de Cristiano Ronaldo. O português, além do hat-trick, fez uma pintura no sexto gol, passando por três adversários e fuzilando Muslera.

 

 

Ancelotti foi dosando o time taticamente e conseguiu apagar o ímpeto do Galatasaray, dominando a partida e aplicando uma goleada histórica. Foram quatro modificações no posicionamento tático do time e uma atuação de gala do comandante italiano, que brilhou assim como Ronaldo e Di María. O Real não se preocupa tanto com a posse, que terminou equilibrada (Galatasaray 49% x 51% Real Madrid). A preocupação é agredir com a bola no pé, montando o esquema defensivo de acordo com o adversário. Abraço!

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

Tópico: GALATASARAY 1 x 6 REAL MADRID: ANCELOTTI E A MOLDURA TÁTICA MUTANTE DO REAL

aporte de un lector

eduardo sanchez | 18/09/2013

buen analisis...solo que yo observe todo el partido a SERGIO RAMOS en el real madrid jugando por izquierda...y usted lo pone como central derecho.....porque?....

Re:aporte de un lector

Victor Lamha de Oliveira | 18/09/2013

Olá Eduardo! Obrigado pelos elogios! É um prazer contar com sua presença. Obrigado por me alertar quanto a posição do Sergio Ramos, você está certo! Fiz confusão e troquei ele de posição com o Pepe. Me desculpe pelo equívoco! Aliás, peço desculpa a todos os leitores pelo erro. Sergio Ramos foi zagueiro pelo lado esquerdo e Pepe jogou no lado direito. Abraço e volte sempre!

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