BRASIL 3 x 2 EGITO: MANO APRESENTA NOVIDADES TÁTICAS

27/07/2012 02:53

 

Apesar do susto no segundo tempo, a Seleção Brasileira conseguiu estrear com vitória nas Olimpíadas de Londres. No plano tático, verificamos novidades no time de Mano Menezes. O comandante do Brasil fez modificações significativas no seu 4-2-3-1, colocando Neymar de meia central, Oscar pela direita e Hulk pela esquerda. Já o Egito tentou implantar um 4-4-2 em duas linhas de quatro. Porém, deixou espaços com os avanços de Aboutrika. Esse foi o desenho tático da partida:

 

 

O Egito começou marcando forte, sempre com quatro homens iniciando a marcação no campo de defesa brasileiro. A “pressão” da Seleção Egípcia durou até os 10 minutos do primeiro tempo, quando após bela jogada de Hulk, Neymar quase colocou no cantinho e fez o primeiro gol do jogo. E foi nos 35 minutos restantes da primeira etapa que o Brasil fez três gols e conseguiu construir a magra vitória.

Após bela jogada de Oscar, aos 16 minutos Rafael fez o primeiro gol brasileiro no torneio. Logo aos 25, em outra bela jogada de Oscar, Damião finalmente conseguiu voltar a fazer gol com a camisa amarela, ampliando para o Brasil. Aos 29 minutos, o time de Mano aumentou ainda mais a vantagem com gol de Neymar, que arrancou pelo meio, tocou para Hulk e penetrou para cabecear para as redes.

Apesar dos 3 a 0, e do domínio do jogo, aos 30 minutos o Brasil tinha somente 46% da posse de bola, o que já demonstrava uma dificuldade em manter a bola nos pés. A proposta do Egito era marcar com duas linhas de quatro, com Aboutrika compondo a linha de marcação e assumindo a criação das jogadas pela meiuca central. Entretanto, foi justamente nas costas do citado jogador que Neymar encontrou espaço para jogar e prender a bola no ataque. Oscar também aproveitou os espaços encontrados pela direita. As linhas egípcias tinha vontade demais e compactação de menos.

 Na segunda etapa, o time de Mano relaxou e sofreu dois gols, o que deve servir de alerta para o time. A equipe do Egito adiantou bem a marcação, partindo para cima do Brasil praticamente num 4-3-3, com Aboutrika se aproveitando do recuo e da inoperância dos volantes brasileiros. Percebendo a queda de rendimento, Mano resolveu sacar Hulk e Damião, colocando Ganso e Pato na partida. Mas, novamente, os dois entraram mal, principalmente o meia do Santos.

A Seleção facilitou um jogo que estava fácil, jogou com volantes muito recuados e mostrou grande fragilidade no setor esquerdo da defesa. Marcelo marca mal, apoia muito e Juan é muito fraco. A falha no segundo gol do Egito foi bizarra. Mano já deve estar arrependido de ter deixado David Luiz fora.

A única coisa interessante demonstrada pelo Brasil no segundo tempo foi a experiência feita por Mano, que finalmente resolveu testar Oscar e Ganso juntos. Mesmo a ideia sendo a manutenção do 4-2-3-1, com Neymar pela esquerda e Oscar pela direita, por muitas vezes Ganso vinha jogar pela meia esquerda, com Oscar ocupando a meia direita, formando um típico 4-2-2-2 no tablado:

 

 

Entretanto, Pato e Ganso entraram muito mal, o que dificultou a análise de eficácia do sistema. A Seleção jogou 35 minutos de futebol, conseguindo fazer três gols e assustar o adversário. Nos outros 55 minutos cochilou, tomou dois gols e quase sofreu o empate do Egito, uma seleção fraquíssima tecnicamente. Tem muita coisa para melhorar nesse time, principalmente na defesa e no posicionamento dos volantes.

Por fim, Oscar foi o nome do jogo, Neymar foi produtivo pelo meio (jogando de forma mais coletiva) e Damião conseguiu voltar a marcar. Contudo, eu estou com André Rocha e Milton Neves: prefiro Neymar livre pela esquerda e Hulk pela direita. Abraço!

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira