BRASIL 3 x 0 CORÉIA DO SUL: MANO OPTA POR DUAS LINHAS DE QUATRO E NEYMAR JOGA COMO SEGUNDO ATACANTE

07/08/2012 19:28

 

Como mostrado aqui no Painel Tático, no post do jogo contra a Nova Zelândia, Mano apresentou uma nova forma de jogar. Na oportunidade, o esquema usado foi um típico 4-4-2 britânico em linhas bem definidas, o que conferiu liberdade para Neymar se movimentar em todo o campo ofensivo como segundo atacante. Como Hulk e Ganso não puderam jogar, e a Seleção já estava classificada, Mano aproveitou para fazer testes na escalação e na parte tática. Esse foi o desenho tático do Brasil na citada partida:

 

 

Entretanto, apesar do bom resultado tático de sua experiência, contra Honduras, pelas quartas de final, Mano voltou a postar o Brasil no costumeiro 4-2-3-1, com Oscar pelo centro, Hulk pela direita e Neymar pelo flanco esquerdo. Voltando ao 4-2-3-1, o Brasil jogou mal e ganhou com a ajuda da arbitragem e da violência afoita dos hondurenhos. Como também dito aqui no Painel, a fórmula mais viável para vencer a retranca hondurenha era utilizar o mesmo esquema do jogo anterior, justamente o 4-4-2 em linhas demonstrado no desenho acima.

Vislumbrei o 4-4-2 como opção mais viável para o duelo contra Honduras por uma questão puramente tática, e não pela atuação contra a Nova Zelândia, uma seleção muito fraca tecnicamente. Espelhando o jogo tático dos hondurenhos, Neymar poderia ter jogado mais solto entre as fortes linhas de marcação. Jogar igual taticamente, normalmente, também contribui para que a equipe mais técnica se sobressaia. Porém, Mano não leu o Painel Tático, errou e venceu jogando mal.

Creio que contra Honduras o treinador brasileiro tenha voltado ao 4-2-3-1 por causa das características de Hulk, jogador mais ofensivo que enfraqueceria o poder de marcação da linha de quatro. Como o jogador foi muito mal na partida, e com Neymar sendo mais produtivo como segundo atacante, hoje, contra outra seleção que joga no 4-4-2 em linha, novamente Mano escalou o Brasil no esquema britânico, sendo este o painel tático do duelo contra a Coréia do Sul:

 

 

O treinador da Seleção resolveu sacar Hulk e voltar com Alex Sandro, repetindo o 4-4-2 em linha e espelhando o esquema utilizado pelo time asiático. O Brasil veio com Alex Sandro bem aberto e mais dedicado à marcação pela esquerda. Já Oscar, jogou mais livre para centralizar e chegar ao ataque pela direita, o que prendeu mais Rafael e diminuiu sua constância no apoio. O time de Mano começou nervoso e jogou mal até os 30 minutos de partida. Foi quando Oscar começou a centralizar e auxiliar Neymar na criação de jogadas. Foi só aumentar a articulação e o volume de jogo ofensivo que o Brasil conseguiu o primeiro gol. Rômulo marcou e colocou o time canarinho em vantagem.

A equipe coreana até tinha um bom toque de bola e uma admirável obediência tática, porém a superioridade técnica da equipe brasileira mais uma vez decidiu. No segundo tempo, após pênalti não marcado para os coreanos, logo no início da etapa, o Brasil tocou bem a bola e Damião fez mais dois gols, totalizando 6 e chegando ao posto de artilheiro do torneio. Na etapa final, Oscar foi, de forma mais enfática, um verdadeiro meia de criação, o que aumentou consideravelmente a qualidade do passe pelo meio.

Dessa vez Mano acertou ao bancar a escalação de Alex Sandro e lançar o Brasil nesse 4-4-2 “descoberto” no torneio Olímpico, que consegue soltar Neymar e Oscar na criação das jogadas e aumentar o poder de fogo de Damião. Acredito que esse será o time da final que vai enfrentar o México. Como ensinado por Eduardo Papke Rocha, no Blog Nó Tático, a seleção mexicana joga num 4-4-2 que marca forte em suas linhas, executando tal esquema com mais qualidade do que o time coreano. Depois de tanta indecisão em escolher o 4-2-3-1 ou o 4-4-2, acho que Mano já está resolvido taticamente para a final. Abraço!

 

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira