BAYERN 2 x 1 BORUSSIA: TÍTULO FICA COM A MELHOR EQUIPE DA CHAMPIONS

25/05/2013 19:48

 

Bayern e Borussia fizeram hoje, em Londres, a tão esperada decisão da Champions League 2012/13. No plano tático, nenhuma novidade. Como esperado, as duas equipes vieram postadas no 4-2-3-1, com os extremos atuando na marcação e muita movimentação na busca pela composição de espaços. O Borussia tentava sempre pressionar a saída do adversário com três jogadores. Já o Bayern tinha seus homens de frente com funções defensivas bem definidas. Abaixo o painel tático do duelo:

 

As duas equipes atuaram durante toda a partida no 4-2-3-1. No Bayern, Heynckes inverteu Müller e Robben para aumentar a marcação pelo flanco e aproveitar o talento do holandês mais solto pelo centro. Sem Götze, Klopp fez aquilo que era esperado e centralizou Reus, que na transição ofensiva se portava como um segundo atacante.

 

 

Borussia marcando a saída de bola do Bayern, o que complicou o time bávaro na etapa inicial. Lewandowski e Reus, guarnecidos por uma linha de marcação, sempre ganhavam o auxílio do extremo por onde se iniciava a jogada, entortando a linha de meio para pressionar com mais intensidade a saída do adversário.

 

 

Outro flagrante da pressão amarela na saída de bola do Bayern: sempre com três jogadores para sufocar a qualificada saída do rival. Tal comportamento equilibrou a partida na etapa inicial, mesmo com a superioridade técnica do time de Heynckes.

 

 

No Bayern, Heynckes preferiu colocar Müller pela direita e soltar Robben pelo centro. Na transição defensiva do time bávaro, o holandês era o atleta com menos obrigações defensivas. Jogou solto para decidir e cumpriu sua missão dando o passe do primeiro gol e fazendo o segundo.

 

 

O primeiro tempo teve duas fases distintas. Nos 25 minutos iniciais, só deu Borussia, que praticava uma marcação pressão inteligente, obrigando o Bayern a “quebrar” a bola no ataque com passes longos e forçados. Como muito bem percebido por PVC na transmissão da ESPN, “muitas vezes a pressão não serve somente para retomar a bola, mas também para fazer o adversário a rifar”. Asfixiando o rival, o Borussia jogava como gosta: imprimindo intensidade com velocidade ao ter a pelota nos pés. Nesse tempo de domínio, foram várias chances de gol.

A partir dos 25’, o Bayern começou a crescer e equilibrou o jogo. Aos 32’, já dominava a partida. A solução foi tocar a bola e tornar o jogo mais lento, o que tirava do Borussia a intensidade. Cadenciando e freando a velocidade do rival, o time vermelho dominou a parte final da etapa de abertura fazendo valer sua superioridade técnica. Assim como o Borussia em seus minutos de predomínio, o Bayern teve várias chances de gol. Entretanto, os goleiros, com belas defesas, foram os destaques do primeiro tempo.

Na etapa inicial, tivemos 60% da posse de bola com o Bayern, o que não significou superioridade. Já o segundo tempo teve uma dinâmica bem diferente, iniciando com ritmo menos intenso e o time de Heynckes tentando empurrar o Borussia para seu campo de defesa. Taticamente, as duas equipes continuavam postadas no 4-2-3-1, cada uma a sua maneira. Aos 15’, o primeiro gol da partida. Bela jogada de Ribéry pela esquerda, que levou a bola até Robben. O holandês infiltrou e deu belo passe para Mandzukic completar.

 

 

Bayern e sua marcação diferenciada: todos os jogadores do time possuem funções defensivas bem definidas. No detalhe, Ribéry fazendo papel de cabeça de área para assegurar a subida de um dos volantes ao ataque. O francês tem a função de ser incisivo pela esquerda e mesmo assim volta muito para marcar. Mandzukic também se destacou muito marcando pelos lados com o escopo de abrir espaços para os outros homens de frente. O espanhol Martínez também se destacou ao tomar conta de Reus durante toda a partida, evitando que o craque do Borussia imprimisse a velocidade letal do time na transição ofensiva.

 

 

Aos 20’, o Borussia tentou novamente começar a pressionar a saída de bola do Bayern, como fizera na primeira etapa. Indo para o campo de ataque, conseguiu um pênalti que foi infantilmente cometido por Dante em cima de Reus. Gündogan deslocou Neuer com firmeza e categoria, cobrando muito bem e empatando o duelo. O time bávaro era ligeiramente melhor até a falha do zagueiro brasileiro que propiciou o empate da locomotiva amarela. Após o gol do Borussia, Heynckes mandou o time para frente e o Bayern começou a prender a bola no ataque, buscando claramente o gol do título.

Aos 37’, o Borussia tinha 43% da posse de bola. Apesar de aumentar o tempo com a pelota (o time de Klopp teve 46% de posse média durante a Champions), era o Bayern que dominava as ações ofensivas da partida. Aos 44’, o time vermelho foi premiado pela busca mais incisiva pelo gol: depois de passe de Ribéry, Robben se livrou dos defensores dentro da área e tocou sutilmente na saída de Weidenfeller. O Bayern colocava a mão na taça com o tento marcado pelo holandês, que hoje foi decisivo.

Após o apito final, o Bayern chegou ao quinto título continental de sua história, após doze anos sem conquistas e dos dois vices nas últimas três temporadas. O Borussia fez uma grande competição, mas o título ficou nas mãos da melhor e mais consistente equipe do torneio. Antes da partida, Heynckes, em entrevista, disse que a semelhança entre ele e Klopp era fazer suas equipes jogarem dentro dos preceitos do futebol moderno. A declaração foi tão especial quanto à campanha do Bayern. Parabéns aos bávaros pela merecida conquista. Abraço!

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

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Palavra chave

Marco Lima | 26/05/2013

Gostei do sentido que vc deu ao termo INTENSIDADE, significando ritmo veloz, aplicação tática, acerto nos passes, objetividade. Gostataria de ver um time alvinegro, no plano local, jogando com esse estilo. Parabéns e um abração.

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